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sobre goya e os desastres da guerra


"contra o bem geral" - goya - fonte: goya unizar


sobre goya e os desastres da guerra

fonte: saber cultural site
é sobre francisco de goya. o grande pintor catalão, nascido em 1746 (partiu para a eternidade da arte em 1828), nasceu pobre, o pai era dourador. provavelmente, por esse motivo não tenha conseguido a bolsa de estudos na real academia de belas artes, somente depois, com a ajuda do cunhado, após mostrar, na prática, competência artística, como exige a arte, e pintar a série de cartões de tapeçaria para a realeza, conseguiu adentrar na academia de san fernando. entrou por mérito. quantos apaniguados da época poderiam ter tal reconhecimento?

fonte: goya unizar
mas, não é sobre as injustiças de uma sociedade que  resguarda os privilégios de pequenos grupos (geralmente de pessoas pequenas, sem ser exatamente as pessoas baixinhas!), é sobre goya! é sobre a capacidade que dados seres humanos têm de saber identificar a injustiça, o desamor, a perfídia, a falta de escrúpulos, a estupidez, a inveja, os recalques, os complexos de inferioridade, o desejo vil das facilidades, o demérito, a miserabilidade dos que se dizem grandes à força de mentiras, a falta de reconhecimento dos direitos factuais do outro, a ganância, a usurpação... é sobre goya, e sua arte.

fonte: museu lázaro galdiano
quando napoleão invadiu a espanha, em sua tentativa esquisita de colocar a europa “em seu devido lugar” (pelo menos no lugar que ele queria que a europa estivesse), goya percebeu os reais fatos advindos da guerra: horror e crueldade, porque, é o que as guerras fornecem: desastres. como grande artista que (é) desenhou e gravou a coleção, “os desastres da guerra”, realizada entre 1810 e 1815, com a produção de cerca de 82 gravuras. percepção inteligente demais, pois também observou o mal durante o retorno da inquisição na espanha e o registrou em suas “pinturas negras”. por sinal, ele foi denunciado à infame e maléfica inquisição cristã por produzir tais obras...

fonte: goya unizar
o pintor e gravurista transmitiu por meio simbólico corpos mutilados, expostos ao léu, jogados pelas ruas como se fossem lixo; a indústria da guerra, com a fabricação de pólvora e balas. “balas pra todo lado!”, pois ‘balas’ não têm olhos, portanto, podem ferir qualquer pessoa. ele as produziu em um frenesi compatível com o momento, no qual, a vida realmente mostrou-se ‘passageira’, como se voasse em um supersônico. a vida valia menos que um nada. vem sendo assim durante toda a história da humanidade, sempre que um ou mais cretinos querem mais poder do que podem carregar. teve a grandeza de perceber que a memória de todo aquele caos tinha que ser preservada.

goya, na série “os desastres da guerra”, exibiu à posteridade, que nenhum dos lados foi
fonte: goya unizar
racional ou humanizado, pois, onde a  ânsia política e ideológica passeia, os egos descontrolados pisoteiam impiedosamente por sobre a humanidade dos seres humanos. esse grande homem nos permite, ainda hoje, nos deleitarmos com o belo que trata o horror com a sensível percepção que somente a arte permite. visitem os sites abaixo. é sobre goya.


ângela frança de brito. salvador-bahia-brasil, 16/04/2016