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2 de julho: zélia gattai e a casa do rio vermelho

 
'Templo do amor', diz neta de Zélia Gattai sobre a Casa do Rio Vermelho
 
Imóvel onde Jorge e Zélia viveram durante 40 anos abriga memorial. Visitação pode ser feita de forma gratuita durante este sábado (2).
02/07/2016 06h00 - Atualizado em 02/07/2016 08h21

"Casa é o lugar que a gente faz o nosso ninho, a gente pega o imóvel e transforma ele em um lar. E minha vó, a Zélia, é um grande exemplo de pessoa que transforma o lugar em lar". É o que conta Maria João, neta de Jorge Amado e Zélia Gattai, sobre a relação da avó com a Casa do Rio Vermelho, onde o casal de escritores viveu por cerca de 40 anos. [Confira o vídeo acima com a entrevista de Maria João e detalhes da residência].
 
A Casa do Rio Vermelho leva o mesmo nome do bairro onde está localizada; fica na Rua Alagoinhas, número 33. De acordo com Maria João, que é filha de João Jorge Amado, um dos filhos do casal, Zélia sempre teve a ideia de transformar a residência em um museu que homenageasse a obra do marido. Neste sábado (2), a visitação ao local é feita de forma gratuita.

O espaço já chegou a ficar  fechado por 11 anos, mas foi transformado em memorial e reinaugurado em novembro de 2014.

Antes dessa reinauguração, o imóvel chegou a receber visitantes, até o dia em que Zélia flagrou uma mulher deitada na cama em que dormia com Jorge. "Minha avó ficou chateada, pois considerava aquilo um desrespeito com a história deles e desistiu de abrir a casa para o público", comenta a neta.
 
O imóvel foi escolhido por Jorge e Zélia no início da década de 60, quando eles resolveram sair do Rio de Janeiro para Salvador. O que motivou a mudança foi o aumento da criminalidade no Rio. Os filhos do casal, João Jorge e Paloma, estavam com 13 e 9 anos de idade, respectivamente.
 
"Salvador era, na época, uma cidade pacata, não chegava a 500 mil habitantes. Lá, os meninos poderiam andar soltos, nós poderíamos dormir tranquilos. Tirar as crianças do Rio de Janeiro era assunto decidido, assunto prioritário", é o que Zélia retratou sobre a mudança para a capital baiana no livro "A Casa do Rio Vermelho", editado, em 1999, mas lançado em 2000 na Bienal do Livro, em São Paulo.
 
O memorial "Casa Rio Vermelho" conta com 15 ambientes projetados e expõe, de forma dinâmica e interativa, lembranças da vida dos escritores. Os visitantes podem percorrer mil metros quadrados, inclusive o jardim onde estão as cinzas do casal. Além disso, cada um dos ambientes traz assuntos diferentes sobre a vida deles.

+: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2016/07/templo-do-amor-diz-neta-de-zelia-gattai-sobre-casa-do-rio-vermelho.html
 
ângela frança de brito. salvador-bahia-brasil, 02/07/2016