NA MORTE DE CRISTO, COMEMOS MELHOR!

 
estava assistindo o movimento natalino mundo afora: as palavras de perdão e compreensão,  as cores excessivas da decoração, e as comidas, doces, bolos, chocolates, bebidas, tudo muito doce... percebem o quanto o natal empreende esforço para ser a data máxima de esperança da humanidade? como se a esperança, não fosse o princípio básico da humanidade desde o seus primórdios, senão, há milhares de anos atrás, o ser humano  não criaria representações pictóricas  nas cavernas, tampouco realizariam rituais funerários, acreditando, que existia algo além do material... o quanto de esperança precisaram para isso... nem os judeus, nem o império romano, já decaído e cristianizado sequer sonhavam existir... a esperança, nasceu com  a humanidade. a política e a imposição de mentalidades, de dados grupos humanos, não alcançam o domínio da deusa esperança. não nego que as coisas doces atraem muita gente, eu me incluo nisso, mas, não conseguem a totalidade, talvez, por isso, é que na bahia, na morte de cristo, na chamada, sexta feira santa, come-se deveras! não é que todo o povo baiano seja um inexplicável povo glutão, porém, as confluências histórico-cultural, e eu diria, também filosófico-comensal, leva esse povo, a amar o natal, no entanto, durante o período do chamado sacrifício de cristo, a preparar muita comida. e quando menos percebem, já aprontam um vatapá! e lá vem o carurú. e as moquecas então?! essas, nem todos os frutos do mar, são suficientes, para dar conta: de bacalhau; vermelho, mariscos, nhanc! nhanc! e os caldos, as farofas, geralmente no azeite doce e no dendê! é praticamente um escândalo! e os vinhos, a cachaçada, a cervejada... hum! hum! é praticamente pecaminoso! narra a história, e as pessoas mais velhas, que no passado, nas primeiras décadas do século xx, ainda tentaram algumas intervenções religiosas, mas, não deram certo, porque o povo baiano, além de supostamente "pecador", é de fato rebelde. são pessoas dada à tranquilidade, fala cadenciada, adora tratar bem as pessoas, porém, é um tanto "inexplicável"... na bahia há a contradição. o mais estranho, é que, enquanto assistia aos eventos natalinos mundo afora: eis que pessoas próximas "ousaram" "atentar" contra os ritos alimentícios que voga o nascimento de cristo, e além, da mesa de natal, cairam na "asneira" de preparar comida baiana em pleno natal! e me vi "obrigada" a comer! caí sobre as acarajés, e ainda as reguei com um bom molho de pimenta, e o que pode chocar, durante esse processo, é que eu gostei! curti! huumm!! nhanc! é isso que dá, ter sempre que forjar postagens novas. "alimentar" o blog, pois, às vezes nos leva às confissões... pensaram que teriam um discurso "recheado" de profundidade, pois estou é me preparando para comer as sobras de ontem. reparem, que esses textos, por vezes vão por caminhos "nunca dantes navegados", como disseram os portugueses, enquanto buscavam as especiarias indianas, no século xv, e essas especiarias, ainda hoje, fazem parte das tradições alimentares da bahia... nhanc! nhanc! ângela frança de brito, ssa-ba, 25/12/2012