AFRODITE
A MORTE E A FESTA
Por:
Ângela França de Brito
Era quinta-feira. Do alto do Bonfim,
os sons faziam-se presentes desde muito cedo. Cerca de 04:30’h, já escutavam-se
o burburinho em torno da Igreja. Sempre, na segunda quinta-feira do mês de
janeiro, depois do dia dos Santos Reis, acontecia a Lavagem do Bonfim. Isso há
mais de duzentos anos... Como então ter
“direito” a morrer nesse dia de festa? Mas, na sexta casa, à esquerda de quem
sobe a ladeira que conduz à Colina Sagrada, na Rua Afonso Barbuda, estava
Afrodite, junto ao caixão de sua mãe, sentindo-se uma pessoa solitária e má.