"Elizete arregalou os olhos
propositadamente exagerada. Fez uns gestos mentirosos e espalhafatosos,
fingindo que iria correr para porta, somente para atormentar Jorge, e ele sair
na sua frente para ver quem batia. O que fez a contragosto. Enquanto caminhava
preguiçoso, apontava para Eli, mostrando-lhe a palma da mão aberta, como a lhe
dizer: “_Você me paga!”. Ela riu. Jorge sempre caía nessas brincadeiras.
Mal Jorge segurou o puxador pra abrir a
porta, escutou as batidas aflitas ainda mais fortes: _BAM! BAM! BAM! BAM... Uma
infinidade de “bams”, até que ele abriu logo a porta, e viu o olhar arregalado
do Compadre Dão. Ricardo suava naquela manhã fresca. Estava com um aspecto
entre assustado e ameaçador. Não uma “ameaça” semelhante a de um agressor, e
sim, a de uma pessoa que estava com tanto medo, tanto medo, que poderia fazer
qualquer coisa para se salvar. Era uma expressão de alguém que precisava de
proteção..."