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HORA DO CONTO: "NINGUÉM TEM COMPAIXÃO DO PEIXE" - CONTINUAÇÃO

 


"Elizete arregalou os olhos propositadamente exagerada. Fez uns gestos mentirosos e espalhafatosos, fingindo que iria correr para porta, somente para atormentar Jorge, e ele sair na sua frente para ver quem batia. O que fez a contragosto. Enquanto caminhava preguiçoso, apontava para Eli, mostrando-lhe a palma da mão aberta, como a lhe dizer: “_Você me paga!”. Ela riu. Jorge sempre caía nessas brincadeiras.

Mal Jorge segurou o puxador pra abrir a porta, escutou as batidas aflitas ainda mais fortes: _BAM! BAM! BAM! BAM... Uma infinidade de “bams”, até que ele abriu logo a porta, e viu o olhar arregalado do Compadre Dão. Ricardo suava naquela manhã fresca. Estava com um aspecto entre assustado e ameaçador. Não uma “ameaça” semelhante a de um agressor, e sim, a de uma pessoa que estava com tanto medo, tanto medo, que poderia fazer qualquer coisa para se salvar. Era uma expressão de alguém que precisava de proteção..."

ângela frança de brito. ssa-ba, 19/06/2014