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fonte: pictaram graffitimulherculturaderua +: http://www.pictaram.com/user/graffitimulherculturaderua/3081886295 thalita andrade: entrevista
fonte: aartenarua
"AAR – Então, qual é a denominação pra sua
arte?
TA – Eu me intitulo artista urbana. Já pensei o seguinte:
o grafite de pintar na rua não é o fim, é o início, entende? Claro que estar na
rua é muito importante, é a base para desdobrar os trabalhos em outros
ambientes e utilizar outras técnicas. Esse aqui, por exemplo, (mostra-me uma
folha impressa da página de Populares de um jornal de grande circulação, com
anúncios de prédios e no meio uma foto do É difícil), faço o
grafite, fotografo, depois publico no jornal. Já comecei a utilizar o jornal
que também trata desse cotidiano. Em Conquista utilizei a serigrafia no jornal,
depois distribuí nas bancas de revistas.
AAR – Nas suas intervenções você utiliza
tinta látex? Além desse, tem outros materiais?
TA – Eu uso pouco látex. Uso mais tinta de piso e tenho
aplicado muito o esmalte à base de água, principalmente a cor branca que é
incrível.
AAR – E o spray? É com ele que você faz os
contornos?
TA – Uso muito pouco o spray. Utilizo trincha e pincel
nas letras e nos contornos.
AAR – Como você transporta esse material?
TA – Geralmente dentro da mochila. Levo tinta dentro de
uma garrafa, água pra misturar a tinta, copo, pincéis e trinchas. O spray eu
tenho muita vontade de trabalhar, só que ainda não consegui. No início eu usei
bastante, mas depois parei. Recentemente fiz um Luto, uma
caixa de remédio tarja preta numa caixa dessas de luz que fica espalhada pela
cidade, fiz um estêncil com spray e ficou muito legal. Acho o material
incrível, só que é muito caro (risos). Eu não consigo tirar mais grana de meu
orçamento mensal para comprar spray (risos). Gasto nos desenhos com tinta por
volta de R$10. Com sprays ficaria por desenho em torno de no mínimo 20, 30 ou
R$40.
AAR – -Você percebe algum preconceito nessa
cena com as mulheres? Ou não acontece nada?
TA – Como não acontece! Rola bastante, não só na cena,
como na vida. Agora falo mais da vida que é onde estou mais presente. Não tenho
muitas relações intimas com a cena local. Mas falando da vida como um todo
sinto o bastante da hora que você acorda até a hora que você vai dormir
(risos). A sociedade tende a menosprezar a mulher, colocando-a sempre no papel
apenas do desejo sexual e do objeto. Por ser mulher e andar diariamente na rua
ao ser abordada e ouvir “merdas” dos caras. É recorrente aquela pergunta de ter
alguma diferença por ser mulher. Mas como ser diferente!? Se os gêneros são tão
bem divididos desde o nosso nascimento onde o homem tem uma criação bastante
privilegiada em relação a mulher, e somos educadas apenas para servir. Me enoja
isso tudo. O Brasil é muito machista. A humanidade é muito machista. E Salvador
não fica atrás. É uma cultura.
AAR – Qual a reação da galera quando você
está pintando? Participam, dão sugestões ou gritam, como por exemplo: Menina! O
que é que você está fazendo aí?
TA – (Risos). Nossa!… Já aconteceram inúmeras vezes.
Ameaças do tipo: “Vou chamar a polícia”. Isso aconteceu em Barreiras. Na cidade
não tinha nenhuma pintura, só algumas pichações. Eu estava pintando um Meio
Ambiente num tapume na praça e de repente chegou um cara e falou: “Vou
chamar a polícia!”. Eu pensei comigo mesmo: “Oh! Meu Deus!” Mas, também tem
muita coisa bacana que você escuta. Mas já teve situações bem engraçadas e bem
difíceis. (...)".
+:
ângela frança de brito. salvador-bahia-brasil, 16/07/2016
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