
seria "fácil" pensar que, os que morrem, são simplesmente encerrados em uma cova ou túmulo, ricamente ataviados, ou não a depender da condição econômica familiar. a morte é um dos ritos de passagens, dentro das sociedades humanas, o derradeiro, e como todo rito, exige seu cerimonial, e as diversas sutilezas, que demonstrem à sociedade a origem da pessoa.
a arquitetura cemiterial ganhou corpo, desde a primitividade humana, pois, é sabido que, algumas das escavações arqueológicas, trouxeram à tona enterros em cavernas, bem na sua profundidade, geralmente a morta está acompanhada de alimentos e utensílios, que lhe pertenceram em vida. na antiguidade, as pirâmides, e no brasil, toda uma gama de gigantescas urnas funerárias indígenas, onde os restos mortais são sempre encontrados em posição sentada, e não deitada.
dessa forma também, é que, tanto nos cemitérios interioranos, quanto, nos cemitérios de salvador, nos túmulos da famílias mais tradicionais, sempre têm elementos heráldicos. em alguns, ramos são representados, com folhas de fumo, demonstrando que, a origem da riqueza de dada família, era a produção do tabaco; em outras, ouro, ou cacau, ou livros, com signos representativos de determinadas formações acadêmicas.
ao contrário do que podem pensar algumas pessoas, a morte não "iguala" a todos. a morte biológica sim, entretanto, o rito morte, demonstra exatamente as diferenciações político-sociais, as quais formam as sociedade. mas, o trato dado ao cerimonial da morte, não é pura e simplesmente um meio de demarcar poderio, e sim, para mostrar que fazemos parte de algo, de um grupo, um meio. temos genealogia e memória, somos seres humanos. portanto, vamos dar um "viva" à morte, e viva a vida! não esqueçam: vejam abaixo as fotos na galeria. ângela frança de brito. ssa-ba, 17/11/2012.