
na obra, as cores primárias
destacam-se em tons puros; tons secundários e terceários; de vermelhos, róseos
azuis e cinzas. os traços são riscados originalmente com a própria tinta sobre
o suporte; o que dá à pintura ritmos diferenciados, ressaltando a
expressividade da composição, de onde confluem “riscos” multidirecionados,
dando-lhe uma certa tensão ritmíca. ao mesmo tempo em que as camadas mais
grossas do médium, em: tons azuis nas áreas central e de entrada; e tons rosas
nas áreas de entrada, de leveza, peso e margem direita, estabelecem uma certa
“contradição” pictórica, que conforma ao mesmo tempo, ritmo e harmonia, os
quais, redimensionam o espaço.
as cores puras são evidenciadas em
primeiro plano, em tons de grande, à média intensidade, auxiliadas pela
depuração dos vermelhos, amarelos e azuis, dando articulação ao espaço, em
constante avanço e recuo, estabelecendo uma paradoxal: “serena” vibração
espacial, através do contraste entre o claro __dos tons azuis e
róseos__ e o escuro __dos tons vermelhos e azuis.
nessa obra, a volumetria apenas se
estabelece, à medida em que aos planos é dado tratamento conjunto, constituido
de margens comuns, evidenciadas por cores depuradas. vê-se no primeiro plano,
riscos amarelos nas diversas áreas de percepção geométrica. a partir do segundo
plano, existem a confluência de cores secundárias e tons depurados,
principalmente azuis e cinzas, “percorrendo” os demais planos estabelecidos
pela camada de azul escuro, e o plano marginal estabelecido pela tonalidade
rósea, equilibrada pelo preto e o branco.
nessa obra, a forma está inserida na
condição subjetiva do inconsciente, reclamada pela arte abstrata, cabendo ao
espectador intepretá-la como melhor aprouver à sua condição emocional, à medida
do desenvolvimento de sua sensibilidade. (fragmento de trabalho autoral apresentado na disciplina, história da arte contemporânea; escola de belas artes da universidade federal da bahia, ano 1999), ângela frança de brito, ssa-ba, 09/11/2012