por esse motivo, é que desde o segundo
semestre de 2008, venho rebuscando minhas “velhas” fotografias,
algumas da década de noventa, do século xx, estudando-as, e recortando-as, para
um novo uso, uma nova serventia.
já que estava excitada com idéias
“diferentes”, sobre como criar minhas novas fotografias, resolvi rever também “velhos” desenhos,
e materiais de pintura, os quais, também utilizei, lhes dei novo uso.
o que quero dizer é que: arte, é antes
de tudo forma, principalmente para quem vê depois de elaborada. mas,
para quem elabora a arte, também é conteúdo, vindo de conceitos vários, a priori, particularizados, por vir,
antes de tudo, das ideias e experiências de quem cria.
neste ano de 2009, venho colocando em prática, a tese de que a
fotografia pode ser recriada a partir de desenhos e outras
fotos minhas, ou de outras pessoas, bem como, seu conteúdo pode expressar
conceitos óbvios, como a exploração da imagem da mulher no cinema, a partir
de uma visão, minha, porém, que não deixa de ser também um fato histórico,
social, econômico e político, que qualquer pessoa pode perceber, ou melhor,
ver.
ou ainda o desmonte do belo original, que
é, a princípio, algo cultural, e local e relativo, pela indústria da beleza a
qualquer custo, globalizada, e “eterna”, enquanto se puder ser “comprada”, mas,
até que ponto, ou até que custo?
também a violência, na atualidade, de tão “cantada e decantada”
parece até mesmo que é algo incontrolável e “natural”, somente digna de
valoração, na medida em que pode ser vendida e comprada, mesmo os mais temíveis
e cruéis criminosos, já se sentem bem, em frente às câmeras; matam, traficam,
estupram, torturam, e quando têm oportunidade, fazem declarações de amor às
suas famílias, declaram-se vítimas da sociedade, muitas vezes gabam-se sobre
seus conhecimentos e eficiência no crime, e até mesmo, mandam recados para
certas personalidades da televisão, etc., etc., etc., tudo de acordo com o
momento, e interesse particular de cada um, tudo muito visível e com uma
bisonha “glamurização”. afinal, quem é mesmo mas violento? o que é mesmo a
violência?
esses pensamentos são bem particulares, que
brotaram, me possibilitaram
renovar meu “velho” material fotográfico, de desenho e pintura,
juntá-lo com novos desenhos a partir de 2008, para então, colar, desenhar, e
pintar, montar e remontar imagens, para compor as fotografias presentes. podem
ver! qualquer
pessoa pode ver. salvador-bahia, 18/03 a 08/06/2009. Ver fotografias
em: www.flickr.com/photos/angelafrancadebrito
. ângela frança de brito. ssa-ba, 08/12/2012