fotografias: ângela frança de brito - 2011 |
"(...)
De
repente escutei: _Bam! BamBam! Bam! Bam! Na porta do quarto. Então perguntei
com voz hesitante: _Quem é?! Não responderam imediatamente. Virei o rosto,
ansiosa, para a longa Avenida Sete, bem
no corredor do Palácio da Aclamação, senti uma brisa marinha roçar em meu rosto
juvenil. Tão gostoso... refrescante! Mas, tive que atentar de novo pra porta, e
escutei uma voz, meio rouca, meio grave, me chamar: _Mariana, querida, vem
abrir a porta pra Tia Rose!!
Menos de um segundo, pelo menos me
pareceu, já abria a porta para Rose, e me atirava em seus braços fortes, exclamando
sem respirar: _Tia, você não imagina o que vi hoje na Praça! Uma coisa muito
estranha! Depois de atirar fora meus embaraços, respirei aliviada, e esperei a
reação de Rose.
Esperei quase uma hora... Pelo
menos, foi o que me pareceu naquele momento.
Ela riu. A sua risada sonora e
gostosa, que contagiava as pessoas. Após “horas” recolhida em seu abraço,
levantei o olhar e perguntei: _Rose, há quanto tempo conhece Rosalvo? Tia Rose
encarou-me esquisito e quis saber: _Quem?? _Meu padrasto! Respondi impaciente.
A enorme Tia Rose deu mais risada ainda: _Rá Rá rá! RRáhrá! Não entendi tamanha alegria. Irritada,
despreguei suas mãos grandes de minha cintura, e corri pro abrigo do ensolarado
janelão. Rose, paciente, foi até mim, sentou-se na cama e explicou a inusitada
reação:
(...)" ângela frança de brito. ssa-ba, 11/12/2013