Percepção do Espaço, Forma e Movimento na Série “Outeiro”
Quando se observa, vê, reelabora, cocria artes, dela, ou, nela, a Humana se locupleta, inda que de forma “passiva”, ou, até mesmo conservadora. O espaço usufruído pela Artista, o qual, também, geralmente submete-se, tecnicamente, tem já conceitos bem específicos, sobre cor, movimento, materiais, técnicas, e demais, no entanto, possivelmente, quase nunca obtém os resultados preteridos pelo discurso conceitual.
Algumas, acreditam que a imagem, não advém somente da percepção, e sim da correlação e trato, quase um costume, o qual, têm as pessoas com o objeto. Para Piaget (1948) o olhar imberbe e o toque inexperiente não são suficientes para que o Objeto se Insira no Pensamento. Ou seja, não se introjeta o objeto no pensamento somente observando de forma simplória, limitada. Essa experiência denota a sensorialidade, e tem relação com o tempo o qual o sujeito se relaciona com tais coisas.
Para que o Fauvismo, o Impressionismo, o Abstracionismo, e demais Escolas de Artes, surgissem, foi imprescindível que Artistas retirassem, ou, ao menos, limitassem os "conceitos afirmados sobre Geometria, História e Memória". Segundo Rothko (1903-70). Ele mesmo, um Mestre na geometria em suas obras. Mas, não a Geometria convencional.
Então, se se pode esquecer, metaforicamente, óbvio, de elementos tão importantes que influenciam a criação artística. Se se pôde “esquecer” (SQN) a profundidade Renascentista, a linearidade, e peso Neoclássico, ou, até mesmo, em atitude ousada, a forma perfeita em DaVinci e Michelangelo, para que surgissem a Arte Moderna e Contemporânea, é permitida a “extravagância” da psique, para Pintoras e Artistas que querem, ou, se submetem, praticamente, sem forças, de maneira quase “desrespeitosa” (SQN), para com o espaço bidimensional no tangente ao direcionamento, movimentação, dimensionamento, e demais elementos tão caros à Percepção Artística ensinada nas salas das Belas Artes.
A Série Outeiro, não intenta forjar nada de novo nas Artes Contemporâneas, não ousa (SQS). Pois, quê novidade afinal se pode trazer para as Artes, que já não se tenha visto?. O que conduz esse processo de criação a ser tão somente uma estranha tentativa de fazer o que se quer fazer, experimentar, afinal pode, e jogar a responsabilidade à chamada, “atividade perceptiva” Piagetiana. “Foi maus!”.
Seja como for, o usufruto ousado e teimoso, quem sabe, imprudente da Pintora na Série Outeiro (ainda em criação), talvez não seja de agora. Já vem de tempos. É observável a volumetria “impertinente”, dessa série, desde 1998. ou ainda, na Forma exibida nos trabalhos da Série Carnes Cores e Flores. Que Gira!. E a percepção artística então é “insultada”, e deixa à responsabilidade de quem observa, as sensações, as identificações, as comparações, e demais extrações da sensibilidade e conhecimento humano, para olhos externos aquém dos olhos de quem as criou.
Talvez, Rothko esteja certo, e essas
obras sejam apenas mais um meio, uma tentativa de comunicação.
Porém, comunicar o quê? Talvez a Pintora, no momento, nem ela
mesma tenha conhecimento (SQS) exato (isso existe na Arte?) do que se trata.
Apenas comunica, excita as percepções a se aprimorarem, a pararem
de ser “preguiçosas”, pois, o Mundo Humano não acabou no Século
XXI. Pelo menos, não nestas duas primeiras décadas. Gira!
ângela frança de brito. ssa-ba-bra,04 de maio de 2022.